quarta-feira, 21 de março de 2012

Chevron enfrenta novo vazamento de petróleo e prejuízo bilionário

Por Redação - do Rio de Janeiro




Ativistas do Greenpeace protestaram, semana passada, contra o vazamento de petróleo causado pela Chevron

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) confirmou, nesta terça-feira, que ainda há vazamentos no poço de petróleo operado pela Chevron, na costa do Estado do Rio. Os pontos de fuga de petróleo, detectados na semana passada, situam-se no fundo do mar na região do Campo de Frade, área operada pela petrolífera norte-americana, onde já houve um vazamento do produto em novembro passado. Segundo um comunicado inicial, divulgado no início da noite passada, técnicos da ANP detectaram ‘cinco pontos ao longo de uma fissura de 800 metros, de onde se observava o aparecimento de gotículas de óleo, em uma vazão reduzida’, na jazida situada a cerca de 120 quilômetros do litoral do estado do Rio de Janeiro.

Segundo a nota, o presidente da Chevron foi convocado para depor sobre as circunstâncias dos novos derramamentos e a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a produção no Campo de Frade, localizado na Bacia de Campos. Na quinta-feira passada, a Chevron já havia anunciado que tinha detectado uma nova fuga de petróleo perto da área onde foi registrado o vazamento de novembro passado. Porta-vozes da empresa disseram que tinham encontrado ‘uma pequena mancha’ de petróleo na superfície marinha e que a Chevron tinha mobilizado ‘imediatamente’ seus dispositivos de contenção.

Dois dias depois, a Justiça emitiu uma ordem que impede 17 diretores da Chevron e da Transocean de abandonar o país. Eles serão acusados criminalmente pelo acidente.

Prejuízo

Antes de deixar o Brasil, a Chevron precisará cumprir as normas ambientais que determinam a selagem do campo de Frade, na Bacia de Campos, e a completa desativação da plataforma. O procedimento, segundo cálculos de especialistas, custará quase o mesmo valor dos investimentos realizados pela companhia para iniciar a exploração do poço. Os mais de US$ 2,5 bilhões investidos até agora para implementar o sistema de produção na costa brasileira deverão ser duplicados para que a empresa possa deixar o país. E o processo será lento, advertem observadores, porque o processo de desmontagem da plataforma é extremamente complicado.

Estudo da Bain & Company e Tozzini Freire Advogados, divulgado nesta terça-feira, lista as várias atividades envolvidas na desativação e no abandono dos poços de petróleo. Além do acompanhamento integral por parte dos técnicos em meio ambiente, há uma série de etapas que envolvem não apenas novos estudos ambientais como o desmonte ou afundamento das estruturas. Segundo o estudo feito pela Chevron, “ao final das etapas de perfuração e produção do campo de Frade será necessário realizar a desativação do empreendimento, visando a evitar qualquer risco de poluição ao meio ambiente, minimizar possíveis impactos e garantir a completa segurança de pessoas e instalações durante esta etapa”.

Se houver o vazamento de petróleo em pontos que não a perfuração principal, esse custo da obra tende a crescer exponencialmente. No lugar da selagem integral do poço, porém, a Chevron poderá ceder o direito de exploração a outro grupo ou negociar com os sócios uma saída do consórcio explorador. Os sócios do consórcio são Petrobras e Japão Frade, mas a Chevron possui mais de 50% de participação. A empresa OGX, do investidor Eike Batista, seria uma das interessadas na aquisição dessas cotas, segundo analistas financeiros, na Bolsa Mercadorias de São Paulo.

O Senado marcou, para esta quarta-feira, uma audiência pública na comissão de Meio Ambiente para debater sobre o novo vazamento de óleo no poço da Chevron. Foram convidados os executivos da empresa e autoridades brasileiras.


FONTE CORREIO DO BRASIL

VIA CRUZADA DESPERTAR

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