quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Introdução Ao Livro Ouro de Tolo?

Por John MacArthur Sobre Verdade
Uma Parte da série Fe Para Hoje

Tradução por Editora Fiel


Certa vez, uma mulher me escreveu para dizer que pensava que o cristianismo era bom, mas ela, em particular, era ligada ao zenbudismo. Gostava de ouvir a rádio evangélica, enquanto dirigia, porque a música “aliviava o seu carma”. Mas, ocasionalmente, ela sintonizava um dos ministérios de ensino bíblico. Em sua opinião, todos os pregadores que ouvira tinham a mente muito fechada no que diz respeito a outras religiões; por isso, ela decidira escrever para vários pastores que ministravam no rádio e encorajá-los a terem a mente mais aberta.

“Deus não se importa com o que você acredita, contanto que seja sincero”, ela escreveu, ecoando uma opinião que tenho ouvido muitas vezes. “Todas as religiões nos levam, finalmente, à mesma realidade. Não importa que estrada você tome para chegar lá, contanto que siga com fidelidade o caminho escolhido por você mesmo. Não critique os caminhos alternativos que as outras pessoas escolhem.”

Para aqueles que aceitam a Bíblia como a Palavra de Deus, a loucura desse raciocínio deve ser logo evidente. Se as conseqüências do que acreditamos significam a diferença entre certo e errado, o agradar a Deus e o receber sua punição, a vida e a morte, então, precisamos ter certeza de que aquilo em que cremos está baseado num pensamento claro. Em outras palavras, precisamos exercitar o discernimento.

De fato, o discernimento está tão na moda, em nossa cultura, quanto a verdade absoluta e a humildade. Fazer distinções e julgamentos claros contradiz os valores relativistas da cultura moderna. O pluralismo e a diversidade têm sido exaltados como virtudes mais elevadas do que a verdade. Não devemos estabelecer limites definitivos ou afirmar qualquer absoluto. Isto é considerado retrógrado, antiquado, deselegante. E, embora esta atitude para com o discernimento bíblico seja esperada do mundo secular, ela tem sido lamentavelmente abraçada por um número cada vez maior de cristãos evangélicos.

Como resultado, o evangelicalismo tem começado a perder as características que o distinguia do mundo – preferindo freqüentemente a tolerância à verdade. A maioria dos evangélicos não está aceitando o islamismo, hinduísmo ou outras religiões anticristãs. Entretanto, muitos parecem imaginar que não importa realmente o que você crê, contanto que tenha o nome de cristão. Com exceção de algumas seitas que rejeitam ostensivamente a Trindade, quase tudo o mais que for ensinado em nome de Cristo é aceito pelos evangélicos – desde o catolicismo romano (o qual nega que os pecadores são justificados somente pela fé) ao movimento Palavra da Fé (que corrompe a doutrina de Cristo, ao fazer da saúde e da riqueza temporal o foco da salvação).

Em nome da unidade, esses assuntos de doutrina jamais devem ser contestados. Somos encorajados a insistir em nada mais do que uma simples afirmação de fé em Jesus. Além disso, o conteúdo específico da fé deve ser um assunto de preferências pessoais.

É claro que esta atitude geral de aceitação não é nova; a igreja tem travado uma luta contínua sobre o assunto de discernimento doutrinário, pelo menos desde o início do século XX. Este mesmo apelo para que tenhamos uma mente mais aberta no que concerne a padrões e crenças religiosas sempre esteve no topo da agenda do liberalismo teológico. Na verdade, isto é exatamente o que o termo liberal significava originalmente. A novidade nos apelos à tolerância, em nossos dias, é que eles vêm de dentro do evangelicalismo.

Nada é mais desesperadamente necessário à igreja contemporânea do que um novo movimento para enfatizar, outra vez, a necessidade de discernimento bíblico. Sem um movimento assim, a verdadeira igreja está em sérios apuros. Se a ânsia atual por um compromisso ecumênico, santificação pragmática e sucesso numérico continuar ganhando espaço no evangelicalismo, o resultado sera um desastre espiritual absoluto.

Este livro, portanto, é um apelo ao discernimento. É um lembrete de que a verdade de Deus é um bem precioso que deve ser tratado com cuidado – e não diluído em crenças extravagantes ou amarrado às tradições humanas. Quando igrejas ou crentes individuais perdem sua resolução de discernir entre a sã doutrina e o erro, entre o bem e o mal, entre a verdade e a mentira, eles se abrem a todo tipo de engano. Mas aqueles que aplicam consistentemente o discernimento bíblico, em todas as areas da vida, podem ter a certeza de caminhar na sabedoria do Senhor (Pv 2.1-6).

Em contraste, os crentes contemporaneous se conformam com a opinião de que poucas coisas precisam ser definidas com exatidão. Assuntos doutrinários, questões morais e princípios cristãos são todos classificados como ambíguos. Toda pessoa é encorajada a fazer aquilo que é certo aos seus próprios olhos – exatamente o que Deus proíbe (Dt 12.8; Jz 17.6; 21.25).

A igreja jamais manifestará seu poder na sociedade, se não recuperar um amor ardente pela verdade e aversão à mentira. O verdadeiro crente não pode fechar os olhos ou negligenciar as influências anticristãs em seu meio, esperando desfrutar das bênçãos de Deus. “E digo isto a vós outros que conheceis o tempo: já é hora de vos despertardes do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto do que quando no princípio cremos. Vai alta a noite, e vem chegando o dia. Deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.11-12). Portanto, “também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.9-11).
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(Extraído do livro Ouro de Tolo?,
Editora Fiel, São José dos Campos, SP)

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