domingo, 22 de janeiro de 2012

ESPÍRITO DE VENDEDOR "Quem entra na minha loja sempre faz negócio"

Apesar da reportagem ser de 2007, resolvi publica-la novamente, pois ,necessitamos urgente , de reação e ousadia para um 2012, produtivo.

R.S.A




Representante CAOA_CONSÓRCIOS, IMÓVEIS .

NEGÓCIOS


CAOA realiza o sonho da montadora nacional
Carlos Alberto de Oliveira Andrade é quem mais vende carros no País e, após investir R$ 300 milhões, irá produzir os seus modelos associado à Hyundai

Por por Leonardo Attuch


ESPÍRITO DE VENDEDOR "Quem entra na minha loja sempre faz negócio"

As máquinas e os operários não descansam. Em três turnos, de sol a sol, correm contra o tempo para finalizar as obras da mais nova montadora de automóveis brasileira. Ela está nascendo em Anápolis, cidade goiana a pouco mais de uma hora de Brasília, e irá produzir dois modelos. O primeiro será o HR, um caminhão leve. O segundo deverá ser o Tucson, um sport-utility de luxo que já se tornou o mais vendido do País, na sua categoria. No entanto, embora os modelos tenham a marca sul-coreana Hyundai, não se trata de uma multinacional. O capital é 100% brasileiro e os coreanos receberão apenas royalties pela transferência de tecnologia. O responsável pela façanha é um paraibano de 63 anos, chamado Carlos Alberto de Oliveira Andrade, cuja vida vale um filme. Até agora, ele já investiu R$ 300 milhões, do próprio bolso, na realização do seu sonho. “É uma loucura e às vezes nem eu acredito no que estou fazendo”, disse ele à DINHEIRO, ao sobrevoar a futura fábrica, que inicia sua produção no dia 28 de março. Dono do grupo CAOA, que une suas iniciais, Carlos Alberto ergueu uma fábrica que poderá produzir até 130 mil carros por ano. “Não existe país verdadeiramente independente que não tenha ao menos uma indústria automobilística de capital nacional”, filosofa.




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Briga com a Renault pode gerar megaindenização

Esse “Henry Ford” brasileiro aprendeu a ser empresário muito cedo. Décimo-primeiro filho de uma família de 17 irmãos, ele se viu forçado a abandonar o colégio Marista, em Campina Grande (PB), quando tinha 15 anos, em função de dificuldades financeiras. Sem pensar duas vezes, decidiu descer para São Paulo, onde foi morar na Associação Cristã de Moços. Para juntar dinheiro, Carlos Alberto montou um pequeno quiosque na ACM, onde vendia de tudo: frutas, biscoitos, cigarros e assim por diante. “Foi lá que eu aprendi a ser vendedor”, diz ele. Graças a esse trabalho, ele conseguiu pagar os estudos e entrar na Faculdade de Medicina, em Recife. Uma vez formado, Carlos Alberto voltou para Campina Grande e começou a juntar dinheiro como o principal cirurgião da cidade. A história só mudou em 1979, quando ele comprou um Landau novo em folha, que era seu sonho de consumo. Orgulhoso, dirigiu até Recife e foi mostrar a máquina a um dos irmãos, que fez pouco caso, dizendo que o carro era até bom, mas não automático. Carlos Alberto voltou a Campina Grande, vendeu o Landau mecânico e comprou um automático. O revendedor Ford da cidade, no entanto, não entregou o modelo. Estava à beira da falência. E a concessionária Vepel – era esse o nome – só não fechou porque Carlos Alberto decidiu comprá-la para salvar o Landau. Foi assim que o médico virou empresário

O que aconteceu depois fez surgir um mito na indústria automobilística: o do vendedor insuperável. Aquela Vepel que antes comercializava 30 carros por mês triplicou seu volume de vendas em menos de dois meses. A Ford não só percebeu que havia algo de diferente ali como mandou alguns executivos a Campina Grande. Em seguida, Carlos Alberto foi convidado a analisar a compra de uma concessionária que ia mal das pernas no Recife – tempos depois, o mesmo fenômeno de multiplicação das vendas se repetiu. “Eles achavam que eu tinha um segredo, mas a minha lógica era simples”, diz ele. “Quem entra numa revenda, quer comprar um carro e eu não deixava ninguém sair sem antes fechar um negócio”. Uma história da qual Carlos Alberto jamais se esquece foi a de um sujeito sujo e maltrapilho que entrou na loja de Campina Grande carregando um saco de pão. Julgando o cliente pela aparência, os vendedores ficaram sentados. Carlos Alberto se levantou e foi até ele. O saco de pão era, na verdade, um saco cheio de dinheiro e dois automóveis foram vendidos de uma só vez. “Não conheço ninguém no mundo que tenha tanta habilidade para vender como ele”, diz um diretor da Ford, que preferiu não se identificar para não ferir susceptibilidades.



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APOSTA OUSADA CAOA, que revende Hyundai, fez a fábrica em Goiás para produzir o caminhão leve HR e, em seguida, o Tucson

Em pouco mais de seis anos de vida empresarial, Carlos Alberto já era o maior revendedor Ford na América Latina. Foi também a convite da multinacional que ele veio para São Paulo, nos anos 80, com a missão de recuperar concessionárias problemáticas. E assim nasceu o grupo CAOA, que, hoje, tem um volume de vendas da ordem de R$ 1,5 bilhão por ano. Além da Ford, Carlos Alberto também tem revendas Subaru, que comprou de Benjamin Steinbruch, e é importador exclusivo da Hyundai. E foi com os coreanos que ele conseguiu realizar o sonho de ter uma fábrica sua. A oportunidade surgiu no fim dos anos 90, quando o senador Antônio Carlos Magalhães propôs uma lei de incentivos para Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com o objetivo de levar a Ford para a Bahia. Nesse novo regime automotivo, que conta com uma série de incentivos fiscais, 42 projetos foram apresentados. No entanto, só o da CAOA vingou e foi aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento.

O estilo agressivo de Carlos Alberto, naturalmente, também gerou inimizades. Entre os concorrentes, muitos o vêem com um misto de desdém e inveja. Alguns, protegidos pelo anonimato, o qualificam até como “predador”. O dono do grupo CAOA, alheio às intrigas, também já comprou brigas com gigantes – a maior delas, com a Renault. No início dos anos 90, ele era importador exclusivo da marca francesa e quase se associou com os franceses na construção da fábrica no Paraná. No fim, acordou-se que ele teria exclusividade de vendas numa área que representava cerca de 60% do mercado nacional, mas o contrato foi rompido de forma unilateral pela Renault. O caso parou na Justiça e o que se discute agora é o valor da indenização a ser paga ao grupo CAOA. Embora Carlos Alberto não diga isso abertamente, uma de suas motivações com a fábrica Hyundai é superar, em vendas, a rival Renault.

Quando estiver pronta, a fábrica de Anápolis irá gerar mil empregos diretos e mil indiretos e, no futuro, poderá chegar a produzir até cinco modelos. Não está descartada, por exemplo, a fabricação do luxuoso Santa Fé. “A fábrica também foi feita com todo o cuidado ambiental”, diz Miguel Horzath, diretor de operações da multinacional alemã Dürr, que foi responsável pela construção da linha de montagem. Um dos diferenciais é um processo chamado RTO, que produz a queima de todos os gases e reduz a praticamente zero a emissão de poluentes. “O que temos hoje em Anápolis é o estado da arte em matéria de tecnologia”, diz Horzath, que também montou uma fábrica da Hyundai no Alabama, nos Estados Unidos. “É uma de nossas melhores fábricas no mundo”, enfatiza o coreano Kim Tae-Hyub, que será um dos responsáveis pela qualidade da produção em Anápolis. E o sonhador Carlos Alberto já fez um pedido. Quer o primeiro carro para ele, ou melhor, para um museu que
pretende construir no próprio terreno da fábrica.
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NEGÓCIOS

Nº edição: 494 | 14.MAR.07 - 10:00 | Atualizado em 05.11 - 18:31

Completo
Resumo

CAOA realiza o sonho da montadora nacional
Carlos Alberto de Oliveira Andrade é quem mais vende carros no País e, após investir R$ 300 milhões, irá produzir os seus modelos associado à Hyundai

Por por Leonardo Attuch

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ESPÍRITO DE VENDEDOR "Quem entra na minha loja sempre faz negócio"

As máquinas e os operários não descansam. Em três turnos, de sol a sol, correm contra o tempo para finalizar as obras da mais nova montadora de automóveis brasileira. Ela está nascendo em Anápolis, cidade goiana a pouco mais de uma hora de Brasília, e irá produzir dois modelos. O primeiro será o HR, um caminhão leve. O segundo deverá ser o Tucson, um sport-utility de luxo que já se tornou o mais vendido do País, na sua categoria. No entanto, embora os modelos tenham a marca sul-coreana Hyundai, não se trata de uma multinacional. O capital é 100% brasileiro e os coreanos receberão apenas royalties pela transferência de tecnologia. O responsável pela façanha é um paraibano de 63 anos, chamado Carlos Alberto de Oliveira Andrade, cuja vida vale um filme. Até agora, ele já investiu R$ 300 milhões, do próprio bolso, na realização do seu sonho. “É uma loucura e às vezes nem eu acredito no que estou fazendo”, disse ele à DINHEIRO, ao sobrevoar a futura fábrica, que inicia sua produção no dia 28 de março. Dono do grupo CAOA, que une suas iniciais, Carlos Alberto ergueu uma fábrica que poderá produzir até 130 mil carros por ano. “Não existe país verdadeiramente independente que não tenha ao menos uma indústria automobilística de capital nacional”, filosofa.

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Briga com a Renault pode gerar megaindenização

Esse “Henry Ford” brasileiro aprendeu a ser empresário muito cedo. Décimo-primeiro filho de uma família de 17 irmãos, ele se viu forçado a abandonar o colégio Marista, em Campina Grande (PB), quando tinha 15 anos, em função de dificuldades financeiras. Sem pensar duas vezes, decidiu descer para São Paulo, onde foi morar na Associação Cristã de Moços. Para juntar dinheiro, Carlos Alberto montou um pequeno quiosque na ACM, onde vendia de tudo: frutas, biscoitos, cigarros e assim por diante. “Foi lá que eu aprendi a ser vendedor”, diz ele. Graças a esse trabalho, ele conseguiu pagar os estudos e entrar na Faculdade de Medicina, em Recife. Uma vez formado, Carlos Alberto voltou para Campina Grande e começou a juntar dinheiro como o principal cirurgião da cidade. A história só mudou em 1979, quando ele comprou um Landau novo em folha, que era seu sonho de consumo. Orgulhoso, dirigiu até Recife e foi mostrar a máquina a um dos irmãos, que fez pouco caso, dizendo que o carro era até bom, mas não automático. Carlos Alberto voltou a Campina Grande, vendeu o Landau mecânico e comprou um automático. O revendedor Ford da cidade, no entanto, não entregou o modelo. Estava à beira da falência. E a concessionária Vepel – era esse o nome – só não fechou porque Carlos Alberto decidiu comprá-la para salvar o Landau. Foi assim que o médico virou empresário

O que aconteceu depois fez surgir um mito na indústria automobilística: o do vendedor insuperável. Aquela Vepel que antes comercializava 30 carros por mês triplicou seu volume de vendas em menos de dois meses. A Ford não só percebeu que havia algo de diferente ali como mandou alguns executivos a Campina Grande. Em seguida, Carlos Alberto foi convidado a analisar a compra de uma concessionária que ia mal das pernas no Recife – tempos depois, o mesmo fenômeno de multiplicação das vendas se repetiu. “Eles achavam que eu tinha um segredo, mas a minha lógica era simples”, diz ele. “Quem entra numa revenda, quer comprar um carro e eu não deixava ninguém sair sem antes fechar um negócio”. Uma história da qual Carlos Alberto jamais se esquece foi a de um sujeito sujo e maltrapilho que entrou na loja de Campina Grande carregando um saco de pão. Julgando o cliente pela aparência, os vendedores ficaram sentados. Carlos Alberto se levantou e foi até ele. O saco de pão era, na verdade, um saco cheio de dinheiro e dois automóveis foram vendidos de uma só vez. “Não conheço ninguém no mundo que tenha tanta habilidade para vender como ele”, diz um diretor da Ford, que preferiu não se identificar para não ferir susceptibilidades.



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APOSTA OUSADA CAOA, que revende Hyundai, fez a fábrica em Goiás para produzir o caminhão leve HR e, em seguida, o Tucson

Em pouco mais de seis anos de vida empresarial, Carlos Alberto já era o maior revendedor Ford na América Latina. Foi também a convite da multinacional que ele veio para São Paulo, nos anos 80, com a missão de recuperar concessionárias problemáticas. E assim nasceu o grupo CAOA, que, hoje, tem um volume de vendas da ordem de R$ 1,5 bilhão por ano. Além da Ford, Carlos Alberto também tem revendas Subaru, que comprou de Benjamin Steinbruch, e é importador exclusivo da Hyundai. E foi com os coreanos que ele conseguiu realizar o sonho de ter uma fábrica sua. A oportunidade surgiu no fim dos anos 90, quando o senador Antônio Carlos Magalhães propôs uma lei de incentivos para Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com o objetivo de levar a Ford para a Bahia. Nesse novo regime automotivo, que conta com uma série de incentivos fiscais, 42 projetos foram apresentados. No entanto, só o da CAOA vingou e foi aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento.

O estilo agressivo de Carlos Alberto, naturalmente, também gerou inimizades. Entre os concorrentes, muitos o vêem com um misto de desdém e inveja. Alguns, protegidos pelo anonimato, o qualificam até como “predador”. O dono do grupo CAOA, alheio às intrigas, também já comprou brigas com gigantes – a maior delas, com a Renault. No início dos anos 90, ele era importador exclusivo da marca francesa e quase se associou com os franceses na construção da fábrica no Paraná. No fim, acordou-se que ele teria exclusividade de vendas numa área que representava cerca de 60% do mercado nacional, mas o contrato foi rompido de forma unilateral pela Renault. O caso parou na Justiça e o que se discute agora é o valor da indenização a ser paga ao grupo CAOA. Embora Carlos Alberto não diga isso abertamente, uma de suas motivações com a fábrica Hyundai é superar, em vendas, a rival Renault.

Quando estiver pronta, a fábrica de Anápolis irá gerar mil empregos diretos e mil indiretos e, no futuro, poderá chegar a produzir até cinco modelos. Não está descartada, por exemplo, a fabricação do luxuoso Santa Fé. “A fábrica também foi feita com todo o cuidado ambiental”, diz Miguel Horzath, diretor de operações da multinacional alemã Dürr, que foi responsável pela construção da linha de montagem. Um dos diferenciais é um processo chamado RTO, que produz a queima de todos os gases e reduz a praticamente zero a emissão de poluentes. “O que temos hoje em Anápolis é o estado da arte em matéria de tecnologia”, diz Horzath, que também montou uma fábrica da Hyundai no Alabama, nos Estados Unidos. “É uma de nossas melhores fábricas no mundo”, enfatiza o coreano Kim Tae-Hyub, que será um dos responsáveis pela qualidade da produção em Anápolis. E o sonhador Carlos Alberto já fez um pedido. Quer o primeiro carro para ele, ou melhor, para um museu que pretende construir no próprio terreno da fábrica.








R$ 1,5 bilhão é o faturamento anual do grupo CAOA, que vende 2,5 mil carros todos os meses nas suas concessionárias

Números
1 mil empregos na fábrica
2 mil vagas indiretas de trabalho
130 mil veículos/ano é a capacidade instalada
“Devo ser louco”

O empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, dono do grupo CAOA, falou à DINHEIRO sobre a sua entrada na indústria automobilística. Leia a seguir.

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CAOA : de médico a dono de montadora

DINHEIRO – Por que o sr. decidiu construir uma fábrica?
CAOA – Estou realizando um sonho. Na verdade, não faço isso por mim. Faço pelo Brasil. Não existe país verdadeiramente independente que não tenha uma montadora de capital nacional.

O capital não é coreano?
Não. É 100% nacional. Eu assinei um contrato com a Hyundai pelo qual eles recebem royalties. E a qualidade dos carros será de padrão mundial.

Qual o valor do investimento?
É de R$ 300 milhões na fase inicial, mas pode chegar a até R$ 1,2 bilhão se nós decidirmos produzir aqui cinco modelos.

Não é muito arriscado?
Dizem que eu sou louco e isso deve ser verdade. A essa altura da vida, eu poderia estar usufruindo tudo aquilo que eu acumulei na vida, mas preferi arriscar, investir e gerar empregos.

Por que o sr. escolheu Goiás?
No início, havíamos planejado investir na Bahia. Mas, quando acertamos todos os detalhes com os coreanos, a resposta do então governador Marconi Perillo foi muito ágil. E aqui, num raio de mil quilômetros, temos 70% do mercado brasileiro.

A que o sr. atribuiu o seu sucesso?
Eu sonhava em ser médico para fazer o bem e virei empresário. Com isso, aprendi a vender. E hoje estou realizando um sonho. Isso aqui é algo que ninguém nunca fez no mundo.



Atenciosamente,

Roberto Arieiro

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